Para trabalharmos a Atividade 9, e seguintes, escolhemos como objeto de trabalho o tema da Imigração no nossa regição. Buscamos identificar os traços culturais e físicos deixados elos povos que se instalaram aqui na época em que o processo imigratório ocorreceu em nosso estado. Estruturamos o trabalho em duas partes: a primeira composta por um texto sobre o tema proposto, e a segunda com trabalhos aplicados e fotografias, para compor um painel.
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Imigrantes: A aventura em uma nova terra
Os movimentos imigratórios para o estado do Espírito Santo começaram a partir do ano de 1847. Para cá vieram alemães, italianos, belgas, poloneses, prussianos, entre outros povos. Essas levas de imigrantes se instalaram primeiramente nas terras de montanhas, que se assemelhavam ao clima de suas terras natal.
A vida desses primeiros colonos não foi fácil, além do clima tiveram que adaptar a alimentação, enfrentar doenças tropicais, medo dos índios, desconhecimento da língua nativa e a falta de escolas e igrejas. Depois de instalados surgiu o problema de escoamento da lavoura, por falta de estradas.
De um modo geral os colonos imigrantes organizaram sua vida na nova terra de maneira bastante semelhante. Cada família recebeu cerca de 50 hectares de terra para cultivar, o que tornou o contato com os outros imigrantes difícil. Esse isolamento geográfico acabou por provocar casamentos ente parentes, já que os colonos eram desprezados pelos nativos e vice-versa.
A organização da terra variava de acordo com a origem do colono, mas no geral as casa dos eram construídas sobre estacas, para correção da umidade e para proteção contra os animais, para adaptação ao clima. A presença de uma varanda com balaústres de madeira que ocupava toda a frente da casa também é um traço marcante.
Assim que se organizaram e se adaptaram, os imigrantes começaram a se preocupar com a vida social e passaram então a pensar em escolas e igrejas. Queriam uma vida social semelhante à que tinham na Europa. Quanto às igrejas os imigrantes de origem católica não enfrentam problemas, já os de origem protestantes tiveram que obter uma licença do Imperados, já que a religião oficial no Brasil era a Católica. Outro falto curioso foi a existência de cemitérios separados para ambas as religiões. Com relação as escolas, as que passaram a existir ensinam em seus dialetos de origem, apesar da insistência dos diretos no sentido que o ensino fosse em língua portuguesa.
Com relação aos usos e costumes, como alimentação, vestuário e às casas, tiveram que se adaptar aos costumes locais, por causa do isolamento nas florestas. Quanto ao vestuário as roupas típicas logo passaram a ser roupas “de domingo”; na alimentação tiveram que aprender a comer gêneros nativos como aipim, cará e principalmente feijão e arroz.
Outro costume a ser mencionado era a benzedura para curar alguns males, que serviam para combater desde lagartas no pasto até para curar pessoas doentes.
Os imigrantes na região de Linhares
Desde o início e depois de alguns anos, já adaptados à terra e com uma população crescente iniciou-se o processo de ocupação de “terra-quente” no norte do estado. Alguns núcleos de imigrantes foram formados e a região de Linhares recebeu parte desses imigrantes. Lastênio Calmon Junior nos dá conta de que
“Uma das levas foi destinada a Linhares. Montou-se um barracão para abrigá-los e fornecer-lhes viveres. Esse barracão foi erguido abaixo um pouco do cemitério, onde hoje fica a praça “Praça Regis Bitencourt”, na cabeça da “ponte Getúlio Vargas”. Daí a antiga denominação daquele local de “Campo da Barraca.”
Em nossa região não foi diferente os problemas enfrentados para a adaptação à nova vida. Todas as colônias ao norte do Rio Doce alcançaram seu auge em população e renda na fase áurea do café.
A herança da aventura
Apesar do grande choque inicial provocado pelo encontro de culturas tão distintas, nativos e colonos não tardaram a começar o intercâmbio de costumes e conhecimentos.
Entre as heranças deixadas pelos imigrantes e cultivadas pelos seus descendentes, podemos identificar mais fortemente traços no campo da alimentação. É comum comermos polenta com galinha ou macarronada no domingo.
Nas zonas rurais ainda hoje vemos as construções elevadas, típicas dos imigrantes. Algumas dessas construções são verdadeiros casarões históricos, como o da família Carminatti, que já abriga a quarta geração da família desde que foi construída no início do século XX.
Na comunidade de Panorama, no interior do município de Rio Bananal, que antes pertencia a Linhares, existe uma comunidade Luterana; não se chegou a fazer um cemitério separado, isso já fruto da miscigenação de povos e costumes.
Hoje o número de famílias descendentes das primeiras é bastante elevado. Dentre as famílias italianas podemos notar: Armani, Arpini, Armini, Baldi, Bobbio, Boina, Bortoloti, Caliman, Carlesso, Carminatti, Crivelin, Cutini, Del Caro, Favalessa, Fiorotti, Forecchi, Gasparini, Lozzer, Mondenesi, Pandolfi, Peruchi, PEssoti, PEzente, Rampinelli, Scarpatti, Sirtoli, Terzi ou Tersi, Valfré, entre outras.
Os traços físicos que ficaram e que são mais marcantes entre os descendentes são a pele e olhos claros, cabelos lisos e mais claros também, estatura mediana. Algumas pessoas de mais idade ainda possuem sotaque ligados à sua língua de origem.
Bibliografia
CALMON Junior, Lastênio. Vultos, fatos e lendas linhareses. Linhares, 1975.
DERENZI, Luiz Serafim. Os italianos no Espírito Santo. Disponível em: http://gazetaonline.globo.com/estacaocapixaba/textos/imigracao/derenzi/derenz_1.html, acessado em 11/07/2002.
SEIDE, Frederico Herdman. Colonização alemã no Espírito Santo. Disponível em: http://gazetaonline.globo.com/estacaocapixaba/textos/imigracao/seide/alemaes.htm, acessado em 12/07/2002.
CACILHAS, Anderson; CONCEIÇÃO, Fabiana; RAMOS, Glaucia Maria de Assis; VERBENO, Alexandre. Processos migratórios e expansão da cafeicultura no Espírito Santo. Trabalho apresentado na Disciplina Realidade Sócio-Econômico-Político Regional. Vitória, 2002.
História da Imigração Italiana no Espírito Santo; Disponível em: http://www.webcities.com.br/walewska/imigra.htm, acessado em 11/07/2002.
Santa Cruz. Disponível em: http//geocities.com.br/bravin_2000/imigra/imigração/santacruz.htm, acessado em 11/07/2002.
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